O caso de um policial militar de Sergipe, acusado de torturar e espancar um motoboy em Propriá, ganhou grande repercussão no município e em todo o estado.
O militar, que chegou a ser responsável por prender o motoboy após acusá-lo de furtar uma arma de sua residência, foi condenado em regime semiaberto e pode perder sua farda após o julgamento transitado em julgado.
Entenda o caso
O incidente teve início quando o policial militar, após perceber que sua arma oficial havia sido furtada de dentro de sua casa, suspeitou que o motoboy – que era amigo e frequentava sua residência – fosse o responsável pelo crime. Em um ato de desespero, o policial apreendeu o motoboy e o levou até a delegacia local, onde iniciou a apuração do caso.
Contudo, as investigações revelaram que a arma não havia sido furtada pelo motoboy, mas sim pelo sobrinho do próprio policial, que posteriormente devolveu o objeto. O fato surpreendeu a todos e alterou o rumo da investigação, mas o sofrimento do motoboy, que havia sido brutalmente agredido, não ficou de lado.
As agressões e as consequências
Após ser levado à delegacia, o motoboy foi submetido a um exame de corpo de delito, enquanto se encontrava em cadeira de rodas devido às agressões sofridas. O exame, realizado no IML, foi crucial para comprovar as sequelas das agressões, que o motoboy detalhou durante seu depoimento.
Em seu relato, o motoboy revelou que, devido à violência sofrida, chegou a defecar nas roupas no dia do ocorrido, um testemunho que demonstrou a gravidade do ocorrido. Ele seguiu para a Corregedoria da PM, onde deu sequência ao processo judicial.
Repercussão e sentença
O caso gerou indignação entre os moradores de Propriá e ganhou destaque na imprensa estadual, dada a seriedade das acusações contra o policial militar. Em juízo, o motoboy reafirmou as agressões que havia sofrido, colocando o policial em uma posição de extrema vulnerabilidade.
A sentença do juiz, que condenou o militar a cumprir pena em regime semiaberto, ainda cabe recurso. Caso a decisão seja confirmada, o policial pode ser afastado da corporação e perder a função pública. A intimação foi expedida recentemente, e aguarda a finalização do processo judicial.
O caso levanta questionamentos sobre o comportamento de membros das forças de segurança e a necessidade de uma maior fiscalização sobre abusos de autoridade. Se confirmada a sentença, o episódio será mais um alerta sobre o uso indevido do poder por aqueles que deveriam ser exemplo de respeito à lei.
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