O que você faria se sua cidade começasse a receber milhões de reais da noite para o dia? Pois é exatamente isso que está acontecendo em Riachuelo, município sergipano com mais de 9 mil habitantes, que viu sua arrecadação de royalties do petróleo explodir nos últimos meses.
Antes acostumada a receber cerca de R$ 600 mil por mês, a cidade passou a faturar impressionantes R$ 7 milhões desde novembro de 2024. Em janeiro de 2025, o montante chegou a R$ 7,9 milhões, o equivalente a quase R$ 1 mil para cada morador. Esse valor expressivo coloca Riachuelo no topo da arrecadação de royalties em Sergipe, ultrapassando cidades bem maiores.
Para se ter uma ideia do impacto, Divina Pastora, que tem aproximadamente 4.340 habitantes, recebeu apenas R$ 919,7 mil no mesmo período – o que dá cerca de R$ 99 por pessoa, dez vezes menos que Riachuelo. Outros municípios como Rosário do Catete (R$ 792,5 mil), Brejo Grande (R$ 651,1 mil) e Pirambu (R$ 629,7 mil) também ficaram muito abaixo da nova realidade financeira de Riachuelo.

Como explicar essa explosão na arrecadação?
A resposta está na produção de petróleo e gás natural na região. De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o aumento na produção e nos valores de mercado do petróleo refletiu diretamente nos repasses dos royalties, que são uma compensação financeira paga pelas empresas exploradoras do setor.
O pagamento dos royalties é feito à Secretaria do Tesouro Nacional, que repassa os valores aos estados e municípios conforme os critérios das leis nº 9.478/1997 e nº 7.990/1989. Com esse novo cenário, Riachuelo se tornou a principal beneficiada dessa redistribuição, superando expectativas e surpreendendo até mesmo especialistas da indústria.
O que esperar do futuro?
Com cifras milionárias caindo nos cofres municipais, a expectativa da população cresce: como esse dinheiro será investido? Obras de infraestrutura, melhorias na educação, saúde e saneamento são algumas das principais demandas dos moradores.
O prefeito e sua equipe têm agora uma oportunidade única de transformar a realidade da cidade, mas também carregam a responsabilidade de garantir que essa riqueza inesperada seja bem aplicada. Especialistas alertam que, sem planejamento, cidades que já viveram aumentos expressivos na arrecadação de royalties acabaram desperdiçando os recursos em projetos ineficientes.
Riachuelo nunca viu tanta grana, e a cidade tem agora uma chance de ouro para crescer e se desenvolver como nunca antes. Resta saber se essa fortuna será bem aproveitada ou se a cidade correrá o risco de ser apenas mais um caso de "riqueza passageira" sem impacto duradouro na vida da população.
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